Thursday, December 29, 2005

Adeus pra você e pra 2005

Esta é a última sobre você
Vou dizer o porquê
Preciso te deixar guardado
Não morto e enterrado, pois você não está
Quieto, no passado
Como tantas outras coisas
Preciso fechar dois mil e cinco
Abrir um bom vinho tinto
Comemorar
Uma nova cidade
Um novo emprego, novos amigos...
Uma onda de possibilidades
surgindo
Promessas...
Um novo idioma
Um novo amor
Uma visita a Roma
Outra a Salvador
Seja o que for
Que venha dois mil e seis
E comece tudo outra vez!

Tuesday, December 27, 2005

Sair de casa

Mudar de cidade é mais ou menos como trocar de namorado
Você pena pra se adaptar, não pára de comparar
Fica querendo voltar
Aí, o reencontro acontece
O tira-teima aparece
Você valoriza sua nova vida
Sente saudade da antiga
Mas, uma saudade no passado
Como o antigo namorado
Tudo de novo que você está construindo
Começa a ter significado
Tudo é tão lindo
Que se der algo errado, ao contrário do antigo namorado,
Para casa, é só voltar
Para nossa segurança, salvo algumas poucas mudanças,
Está quase sempre tudo igual,
Não faz mal
A mudança foi na gente
Ficamos um pouco mais experientes!

Sunday, September 25, 2005

As mulheres em mim

Eu mulher praiana
Ouvinte de Hip hop, Rap e Ben Harper
Te procurei na praia, na areia, no mar, surfando entre sereias

Eu mulher urbana
Leitora de Kotler, Tofler e Porter
Te procurei nas baladas, no trânsito, virando a madrugada, empinando umas e outras no meio da mulherada

Eu mulher profana
Por homens apaixonada
Te procurei em outros braços
Abraços
Em outros beijos
Desejos
Em outras noites
Pernoites...
Mas aí, caí em mim

Mulher romântica
Fâ de Drummond, Quintana e Pessoa
E parei de te procurar

E sabe o que eu encontrei?

UMA MULHER MADURA.

Friday, September 23, 2005

Sentimentalismo

"Nestes dois meses de São Paulo
Já chorei uma cachoeira de lágrimas
De saudades de Porto Alegre."

Friday, August 26, 2005

SAMPA

A cidade cai em mim
Assim como a noite
Cai assim
Cai céu, cai estrela, cai luar
Cai SAMPA
De selva, de pedra, de cinza, de gente
Assim como a gente
De todo lugar
A cidade gigante
Não pode esperar
Não pára, não morre
Ao contrário, corre
Convidando-nos a entrar
Você escolhe o meio
Tem para todos os gostos
Do sofisticado ao mais feio
Já conheci todos: ônibus, metrô, carro, trem, avião
Importante é não perder
a estação
Aqui tudo acontece
Poesia,arte,cinema,luxo, lixo,boemia
E tudo aparece
Como descrever São Paulo?
Centro Industrial ou
Paraíso natural?
É incrível...
Mas, alguma coisa acontece no meu coração
E ainda nem cruzei a Ipiranga com Av. São João!

Thursday, July 21, 2005

Um amor de VERDADE

Brinco com as palavras
Porque cresci
Não tenho mais com quem brincar
Minhas bonecas joguei fora
Cansei de brincar de amar
Quero um amor de verdade
Que me faça as pernas tremer, sentir frio na barriga e sal na boca
Sem vaidade, ou medo de se arrepender
Quero um amor de verdade
Que me invada, me arda, seja cheio como a lua em seus dias cheios e me ilumine!
Quero um amor de verdade
Com beijos sangrentos, desejos violentos e sexo, muito sexo arredio
Quero um amor de verdade
Que diga a verdade, a verdade dura, a que dói, a que faz a gente crescer
Um amor sadio
Eu quero um amor
Que depois de toda esta explosão de sentimentos
Acabe em casamento
Um amor de verdade
Que depois de 1, 2, 15, 20 anos
Tenha amizade
E com 50 anos ainda muita cumplicidade.
Será pedir demais?
Eu acredito em amores de verdade, apesar de não acreditar em papai noel.

Thursday, June 16, 2005

A Saudade que eu sinto

A saudade que eu sinto
Sufoca, arde, dói
Tanto que não minto
Queria saber
Se essa coisa engasgada que pra mim ficou
Entalada no meio da goela feito moela
que nem com água desce...
Essa coisa
Para você também acontece?
A saudade que eu sinto
Machuca, mistura, corrói
Não minto
A saudade é como aquela galinha do tempo que vive em cima da geladeira: quando você pensa em esquecê-la, o tempo muda e a galinha fica rosa ou azul pra te lembrar que a saudade existe.

Sunday, May 29, 2005

I Know


Eu sei

Você sabe da verdade

Eu sei também

Você sabe

Não sou perfeita

Me conhece,

Torta, desfigurada

Chorando, com a cara amassada

Conhece meu eu,

Sem máscaras, fingimentos

ternura e sofrimentos

Eu queria que entre a gente

Tivesse sido tudo diferente

Toda a história

Brigas, infantilidades

Dito x não dito

Confusões x amizade

Eu sei

Você sabe

A verdade

É a que eu não falei.

Monday, May 23, 2005

BREVE ANÁLISE DE MIM AO MUNDO

Penso que penso, logo existo
É o lema do geminiano
Por isso persisto
Neste mar de marcianos
Denominado porão
O porão de minha mente
Chamada por uns de: ilusória
Por mim: demente ocasião provisória
Pois muda a todo instante
Passeia por Urano, Marte, Terra
Fica num extremo constante
Entre o amor e a guerra
Me fortifica, me ensina, me fala de tudo
Depois me trai
Absurdo!
Tudo que penso ser certo
De repente, se torna errado
O mar fechado vira aberto
Continentes pacíficos abrem fogo cerrado
Contra bandos de inocentes
Que nem sabem o que se passa
Assistem a tudo, os dementes
E ainda acham graça
Só em um momento ficam fortes
E se tornam solidários
O encontro com a morte
Faz contrariados os contrários
Ver isso vale à pena
Pois se não fossem tais mudanças
Sentiria - me pequena
Neste mundo de injustiças, porém cheio de esperanças !

NADADORES DE OCASIÃO

Óculos, touca
Raia, pódio, calção
Instrumentos de ponta
Da gaveta de um campeão
Nadadores inveterados,
Soldados marchãs
Persistentes apaixonados
Da vida pagã
Defensores de um país sedente
De estilos e precisão
Nadando contra corrente
Por pura diversão
Em piscinas vazias
De sonhos e fantasias
Somos todos coitados,
Nadadores de ocasião.

Tuesday, April 05, 2005

DESTINO

Destino, menino
T R A V E S S O
Com ele, não brinco
O B E D E Ç O
Sigo, seu compasso
No íntimo, sei
Seu primo, o livre arbítrio
Que dizem todos
existir
Pra mim, não passa
De um
M O L E Q U E
S E M G R A Ç A
Fazendo
P I R R A Ç A
Com nosso
IR e VIR
Está tudo traçado
Neste emaranhado
Chamado
U N I V E R S O
Uma única coisa peço (de coração):
"Seja lá o que me esteja guardado....
não seja em vão!"

Sunday, March 20, 2005

EU

Sou assim
Meio, começo e fim
Inquieta, discreta
Meio Afrodite, por vezes, Brigite
Sou eu
Sem eira, nem beira
Sem frescuras, sem besteiras
Ai de mim . . .
Que sou assim
Meio rosa, meio espinho
Meio prosa e meio anjinho
Ser assim . . .
Será bom ?
Será ruim ?
SERAFIM.

Monday, February 21, 2005

A DANÇA DAS PALAVRAS

Quem colocou estas palavras em minha boca ?
Elas não estavam aí !
Não assim, desse jeito desordenado, bagunçado
Com que foram saíndo, e ferindo
E fazendo com que eu dissesse o que não queria,
o que não gostava
Palavras doentias
Essas que por minhas tomavas
Mas, explico - me:
Não tive culpa
Não as escolhi, desculpa.
A culpa é das palavras que a ti referi.

PUBLICIDADE

Publicidade é uma coisa louca
Por vezes nos dá tapa na cara
Por vezes nos beija a boca
Poesia rara
É admirada
Vício, quando executada
Enganosa !
Por muitos insultada
Ela ri e prosa
Como se não houvesse nada
Se atira sobre nós
E como um porta - voz
Nos diz o que vestir
O que comer
Aonde ir
Mas mesmo assim
Eu continuo
Por ela apaixonada

Saturday, February 12, 2005

INEXPLICÁVEL

Surgem esfinges no meio do gelo !
Existe abundância de água no deserto !
Nesse mundo
O amor é esperto
Muda elementos de lugar
Deixa o azul, rosa
E o rosa, vermelho
Faz tudo melhorar
Faz chover no nordeste
O sol se por no leste
Deixa a vida contrariar
O mundo grande
Fica pequeno
Coração duro
Fica sereno
Pirilampos trovejam lágrimas de chuvas cor de arco-íris

AMOR NOSSO

Esse nosso amor
É
amor nosso
Não pouco, mas
louco
Não sentimental, mas passional
Meio Tristão e Isolda
Paixão louca, louca
Dessas de dar
nó na garganta
E
mover continentes
Paixão tanta, tanta
De ranger os dentes
Mistura de sentimentos
Tormentos, tormentos
Paz, luz, explosão
Cansaço, passos, tesão
Paixão, paixão . . .

Thursday, February 10, 2005

JUST DRUGS

Tem horas
Que eu queria
Fumar um bombão
Cheirar pó
Tomar todas
de uma vez só
Sair por aí bem doidona, anestesiada
Para não sentir nada
Mas, tem algo
No meu instinto que me segura
Me entorpeço no meio das palavras
Pedindo mais uma tragada desta rima
Uma inspirada daquele verso
Uma dose de outro poema
E quando vejo estou muito, muito, muito louca
Viajando no meio de tanta droga escrita.

Wednesday, February 09, 2005

CRIME SOCIAL

Crianças nas esquinas
Crimes nas ruas
Nas pontes esperanças
Testemunhadas pela lua

Culpa de quem ?
De quem é a culpa ?
Culpado não tem
Para esta situação absurda

Foi assim no início
Será no fim
Ossos do ofício ?

Quem sabe a culpada seja a ideologia
Deste circo armado por aqueles que se dizem os tais
Será justo culpar o capitalismo
Ou nossos ancestrais ?

Justo seria tomarmos atitudes
Para transformarmos estas tristes virtudes
Em fatos ocorridos há muito tempo atrás.

BARRINHA

Ah . . . mar . . .
Contai - me todos os teus segredos
Desvendai meus medos
E ensinai - me
A amar
Deixai que meus cachos mergulhem em tuas ondas
Que meus cabelos pertençam à tua areia
Ah . . . mar . . .
Tornai - me sereia
E um pouco dona deste lugar

Monday, February 07, 2005

TREM DA VIDA

Corra, pinte e borde
A C O R D E !
A vida é dura assim mesmo
É linda mesmo sendo assim
Não fique parado
Não chegue atrasado
Seu trem pode passar
Você tem que embarcar
Na aventura
A vida é assim :
D U R A !
E é linda mesmo sendo assim.

Morte a quem nos faz sofrer

Te enterro aqui
Nesta natureza exuberante
Nos morros gritantes das muralhas de meu
coração
Te enterro sem compaixão
Porque me fizeste sofrer
Porque te deixei ver minha
alma
Porque foste bandido
Me mentiste, atiraste pedras, cacos de vidros; desilusões
Como se atira para matar em um inimigo
Te enterro, meu amor
Enterro os
sentimentos
As promessas; palavras ao vento
As loucuras; desejos sangrentos
Os desejos; beijos violentos
Ruínas da imperfeição
Tudo; perda de tempo
Te enterro sem dó
Sem compostura
E sigo só
Procurando a
cura
Pelas estradas ainda não percorridas
Buscando a energia perdida
das praias desertas
Sigo procurando meu amor, minha vida;
a pessoa certa
Nosso amor . . .
Enterro na aura do arcanjo Miguel
Enterro na fantasia,
no céu
Para deixar a terra em paz
Pronta para uma nova alegria
Para de novo um dia
Fertilizar tudo que um
novo amor traz.

*ANGUS


No cheiro do Jasmim
Nos misturamos
Na praia; estrelas, cometas, querubins
Nos misturamos
Nos bares, no trabalho, no olhar
Nos misturamos
No almoço, no jantar; no jeito de andar
Nos misturamos
Minhas, tuas coisas
Tuas, minhas coisas
Tudo misturado
Infiltrado
Exagerado
Me ajuda a separar (pois sozinha não consigo)
O que a vida fez questão de misturar
Não é química, onde a densidade separa os líquidos
Não é física, onde a velocidade muda tudo
No nosso caso, não
Tudo é absurdo!
A velocidade, a densidade e a intensidade
Foram misturadas,
Foram constantes e, eu,
Em nenhum instante
Consigo separar
O que a vida faz questão de misturar
O que a vida fez questão de misturar

* Dedicada para uma pessoa que foi muito especial

Thursday, February 03, 2005

ENSAIO

Sou de Fases
Como todo mundo
ou,
Quase!

QUADRA

A descoberta do fogo
Fez milagres
Transformou primatas
em astronautas
E Deuses,
em Padres.

MUNDO NOVO

As novas tecnologias invadem nossas vidas
Trazendo informações infinitas
E mudanças radicais
As novidades são muitas
Na era dos sistemas digitais
Tudo muda, a todo instante
Agora somos gigantes
Mutantes culturais
Isto é novo, isto é mágico
Trágico
Somos os anões
Desta era
De futuras gerações

Quinta

Eu bem podia
Guardar rancor
Mas, se carrego poesia
Porque preferir a dor ?

Prefiro guardar amor

Tuesday, February 01, 2005

VOCÊ MESMO

Não pire
RESPIRE
Fundo
Abrace o mundo
Seja franco, forte, sincero;
PROFUNDO
Seja Eterno,
Seja motivo,
Nem muito, nem tanto
Mas sempre,
VIVO
Seja chama
Que acende, apaga
INFLAMA
Nem breve, nem farto
Seja febre e tato,
Seja tudo que importe
MENOS morte,
Perfume, sentimento,
Ciúme, Vento,
Seja o que for....
Desde que seja você mesmo

Desde que seja com AMOR.

Friday, January 28, 2005

SAUDADES


Todo sábado é dia
de fogueira
A lua se veste de renda
Os pássaros atravessam
a fronteira

De minha angústia
De tua barreira

E neste instante
O tempo se ilumina
E quebra nossa sina:

D I S T Â N C I A

Por segundos, posso sentir teus beijos
E ouvir tua voz
Desejos
fundos
De que o mundo pare,
E se cale sobre nós

Thursday, January 27, 2005

TE SEPULTEI

Rasguei todas as nossas memórias
Te toquei no lixo
Triste fim de história
Para um amor de bicho

Toquei fogo também nas fotografias
Para não lembrar tua face
Que bela ironia
Triste fim de enlace

De amor e poesia
Primeiro me deixaste rancor e poeira
Depois, um belo dia
Esqueci tua sujeira

E de longas noites varridas chorando a madrugada
Hoje, és para mim: NADA
Nada além de uma página virada !

OUTRO PLANETA

De onde venho tem estrelas
Tem magia pairando no ar
Tem taras, manias,
Brilhos e fantasias
Ilusões de contagiar
De onde venho tem crocodilos
Meninos de espartilho
Pedras, flores, cores,
estilos
Maravilhas
de assustar
De onde venho tem nome não
Mas, tem Maria, tem João
Eduardo, Mônica e gavião
Tem ondas da perfeição
De onde vim, posso voltar toda hora
Basta fechar os olhos
Reinventar o agora
E deixar a cabeça ir longe
Onde
nenhuma senhora ou monge
Possa chegar !

SOL


Peço-te que me espere
Pois hoje me atrasarei
Tenho de antes ver a neve
Porque há muito marquei
O que te peço não fere,
Nem a ti, nem a ninguém
Muito menos interfere
Nos planos que bolei
Espero te ver hoje ainda
Para falar de meus pensamentos
Quero contar-te que a lua
( que está pela metade )
Deu contigo um tempo
Para namorar o vento
E parir tempestade !

Thursday, January 20, 2005

PRA COMEÇAR...

Pessoal, quem me conhece um pouquinho sabe que há anos venho prometendo voltar a escrever poesias, mas devido a correria do trabalho diário, estava sempre adiando este projeto. Pois sim, como decidi que 2005 será um ano de VIRADAS em minha vida (nem que eu vire apenas cambalhotas na esquina) aqui estou, compartilhando com vcs um pouco de minha paixão e de meus poemas. Espero que gostem e me digam sua opinião, pois escritora nenhuma se sustenta sozinha! E sei que de poeta e louco, todo mundo tem um pouco!

POETIZANDO

Poemas em dó
Em si, em sol
Em lua, cor e Carnaval
Poemas de lá, de cá
Com mel, amor
Tequila, limão e sal,
Poemas de lu, de luz, de lúcia
com gosto, sabor, magia...
Tesão, paixão e VIDA!
For you, for us, for all
Enjoy it!

NO ÔNIBUS

De ponto em ponto
Faço um conto
De esquina em esquina
Acho uma rima
De parada em parada
Uma leve cochilada
Day by day
I do my way

YAN

Não fala, pára
Não faz, vai além
Não procura, cura
Do lado de fora, meu bem
A noite escura
Do lado de dentro
Coração bate também
Vem que tem
Vai pro desdém
Nesse carinho
Me faz neném
Não chora, mora
Não insiste, vive
Não grita, fita
Nesse beijo, desejo
Vontade infinita
De dizer fica, fica
MEU
E de mais ninguém

PORTA RETRATOS

Minha vida é um porta – retratos
Minha mente; um porta – fatos
O presente uma porta aberta
O passado uma porta certa
O futuro; um porta – sonhos
Teu olhar um porto risonho
Meu amor um porto seguro
Tua dor um ponto escuro
Meu caminho um porta – estrada
A noite; uma porta para a madrugada
Meu coração um porta – amores
O peito suporta as dores
A Portela; uma porta feliz
O porteiro; um porta – portas
O Garrincha um porta – tortas
A música; o porto de Elis
E neste portal
Onde tudo importa
A poesia é Imperatriz.

EMBRIAGADA

Tive um sonho:
Eu embriagada
Debruçada na janela,
Olhando a rua, os pivetes
Em plena madrugada
As injustiças, as mãos atadas
Tudo, uma grande tela pintada à mão
Qual foi minha surpresa; desilusão
Não estava sonhando; grande piada
Eu tava era acordada
Num transe de aflição !

FOFOCA

Mundo de mentira, mundo de fofocas
Faz da vida uma aventura
Uma tremenda tira de minhocas
Um rato negro, largo em espessura, enfiado em sua toca

Um quebra cabeça que quando estamos presente
Não nos damos conta,
De que somos nós,
A peça ardente
Deste enorme faz - de - conta

Ficam todos comentando
Bisbilhotando nossos atos
Para aos poucos irem montando
Esta peça de teatro

Onde todos, sem exceção
Atuamos e compartilhamos
O mesmo fio de cabelo
Com piolhos de confusão

Que de tão embaraçado
Quebra todos os pentes
Este emaranhado
São bocas a bater com os dentes

E se paro para pensar
Na alegria do foca
Concluo: minha nossa !!!
Quanta fofoca !!!!

QUERUBIM

Agora que você está longe de mim
Você vê a via-láctea ?
E na hora, que você me tem
Será, consegue vê-la também ???
Entre gritos fugidos da noite sem fim
Você vê infinito,
QUERUBIM ?
Então leve-me contigo
guardada no umbigo
Serei uma piercing dourada
uma auréola sagrada
Da crescente fase da lua
Assim, sempre à leste
No sol nascente
Serei eu, para sempre
SUA.

AMOR

Quando sentires na vida
Uma estranha sensação
Uma tristeza doida
Que sentirás sem razão
Uma alegria de louca
Sem saberes porque
A fala presa na boca
A razão parada e morta
Ouve, atende; espera e crê
É o amor
que te bate à porta !

INVENÇÕES

Inventei um mundo pra nós dois
Planejei mil fantasias
Deixei meu mundo pra depois
Para pensar em você todo dia

Inventei tanta coisa
Que isso até virou mania
Inventei uma casa, um jardim
Filhos, uma horta
E coisas assim

E toda vez que contigo estava
Mais tudo eu inventava
Toda hora, a todo instante
Entrava num inventar constante
Que nem pra respirar parava

Inventei sogra
Inventei brigas, desaforos
E até coisas ruins

Inventei tanto
Que só esqueci de inventar
O amor perfeito
Meu por você
E seu por mim

VERSOS À CAMA

Número 1
Vem cá, meu bem
Me põe de quatro
Me faz mulher
E no ato
Diz que me quer
Tão sua, nua
Me envolve, me devora
Me acaricia, me namora
E quando, ouvir meu grito
Na hora do apogeu
Sussura no meu ouvido :
“- Amor, sou seu “


Número 2
Saudade de te ver
Fome de morder, esse corpo
Como louco
Vontade de te ter
Te beber, todo
E seduzir pouco a pouco
Esse lindo, rouco !

Número 3
Põe a mão em minha coxa
Lambuza meu corpo de mel
Me deixa branca, vermelha, e roxa !
Depois, me leva para o céu.
(Para o teu céu !)

TEMPO

O tempo passa conforme as batidas do meu coração
Se vai devagar, sou desilusão
Se rápido vai, não sou em vão
Mas ele vai e volta
Trazendo mais vida a minha aorta
Quando vai, vai que vai
Quando vem, fico zen
E assim vai ele
E assim ele vem
Vai-e-vem
Como crianças no trem
Como fantasmas no além
O tempo não pára
Ele voa
Meu coração ri à toa
Quando pensa que o tempo não tem

OLHAR


Um olhar diz tudo !
Fala tanto e é
mudo
Entende muito e é
burro
Ouve demais e é
surdo
Revela, desfacela, transmite
Disfarça, se rala, se cala
Mas, não omite
O Absurdo !