Monday, February 21, 2005

A DANÇA DAS PALAVRAS

Quem colocou estas palavras em minha boca ?
Elas não estavam aí !
Não assim, desse jeito desordenado, bagunçado
Com que foram saíndo, e ferindo
E fazendo com que eu dissesse o que não queria,
o que não gostava
Palavras doentias
Essas que por minhas tomavas
Mas, explico - me:
Não tive culpa
Não as escolhi, desculpa.
A culpa é das palavras que a ti referi.

PUBLICIDADE

Publicidade é uma coisa louca
Por vezes nos dá tapa na cara
Por vezes nos beija a boca
Poesia rara
É admirada
Vício, quando executada
Enganosa !
Por muitos insultada
Ela ri e prosa
Como se não houvesse nada
Se atira sobre nós
E como um porta - voz
Nos diz o que vestir
O que comer
Aonde ir
Mas mesmo assim
Eu continuo
Por ela apaixonada

Saturday, February 12, 2005

INEXPLICÁVEL

Surgem esfinges no meio do gelo !
Existe abundância de água no deserto !
Nesse mundo
O amor é esperto
Muda elementos de lugar
Deixa o azul, rosa
E o rosa, vermelho
Faz tudo melhorar
Faz chover no nordeste
O sol se por no leste
Deixa a vida contrariar
O mundo grande
Fica pequeno
Coração duro
Fica sereno
Pirilampos trovejam lágrimas de chuvas cor de arco-íris

AMOR NOSSO

Esse nosso amor
É
amor nosso
Não pouco, mas
louco
Não sentimental, mas passional
Meio Tristão e Isolda
Paixão louca, louca
Dessas de dar
nó na garganta
E
mover continentes
Paixão tanta, tanta
De ranger os dentes
Mistura de sentimentos
Tormentos, tormentos
Paz, luz, explosão
Cansaço, passos, tesão
Paixão, paixão . . .

Thursday, February 10, 2005

JUST DRUGS

Tem horas
Que eu queria
Fumar um bombão
Cheirar pó
Tomar todas
de uma vez só
Sair por aí bem doidona, anestesiada
Para não sentir nada
Mas, tem algo
No meu instinto que me segura
Me entorpeço no meio das palavras
Pedindo mais uma tragada desta rima
Uma inspirada daquele verso
Uma dose de outro poema
E quando vejo estou muito, muito, muito louca
Viajando no meio de tanta droga escrita.

Wednesday, February 09, 2005

CRIME SOCIAL

Crianças nas esquinas
Crimes nas ruas
Nas pontes esperanças
Testemunhadas pela lua

Culpa de quem ?
De quem é a culpa ?
Culpado não tem
Para esta situação absurda

Foi assim no início
Será no fim
Ossos do ofício ?

Quem sabe a culpada seja a ideologia
Deste circo armado por aqueles que se dizem os tais
Será justo culpar o capitalismo
Ou nossos ancestrais ?

Justo seria tomarmos atitudes
Para transformarmos estas tristes virtudes
Em fatos ocorridos há muito tempo atrás.

BARRINHA

Ah . . . mar . . .
Contai - me todos os teus segredos
Desvendai meus medos
E ensinai - me
A amar
Deixai que meus cachos mergulhem em tuas ondas
Que meus cabelos pertençam à tua areia
Ah . . . mar . . .
Tornai - me sereia
E um pouco dona deste lugar

Monday, February 07, 2005

TREM DA VIDA

Corra, pinte e borde
A C O R D E !
A vida é dura assim mesmo
É linda mesmo sendo assim
Não fique parado
Não chegue atrasado
Seu trem pode passar
Você tem que embarcar
Na aventura
A vida é assim :
D U R A !
E é linda mesmo sendo assim.

Morte a quem nos faz sofrer

Te enterro aqui
Nesta natureza exuberante
Nos morros gritantes das muralhas de meu
coração
Te enterro sem compaixão
Porque me fizeste sofrer
Porque te deixei ver minha
alma
Porque foste bandido
Me mentiste, atiraste pedras, cacos de vidros; desilusões
Como se atira para matar em um inimigo
Te enterro, meu amor
Enterro os
sentimentos
As promessas; palavras ao vento
As loucuras; desejos sangrentos
Os desejos; beijos violentos
Ruínas da imperfeição
Tudo; perda de tempo
Te enterro sem dó
Sem compostura
E sigo só
Procurando a
cura
Pelas estradas ainda não percorridas
Buscando a energia perdida
das praias desertas
Sigo procurando meu amor, minha vida;
a pessoa certa
Nosso amor . . .
Enterro na aura do arcanjo Miguel
Enterro na fantasia,
no céu
Para deixar a terra em paz
Pronta para uma nova alegria
Para de novo um dia
Fertilizar tudo que um
novo amor traz.

*ANGUS


No cheiro do Jasmim
Nos misturamos
Na praia; estrelas, cometas, querubins
Nos misturamos
Nos bares, no trabalho, no olhar
Nos misturamos
No almoço, no jantar; no jeito de andar
Nos misturamos
Minhas, tuas coisas
Tuas, minhas coisas
Tudo misturado
Infiltrado
Exagerado
Me ajuda a separar (pois sozinha não consigo)
O que a vida fez questão de misturar
Não é química, onde a densidade separa os líquidos
Não é física, onde a velocidade muda tudo
No nosso caso, não
Tudo é absurdo!
A velocidade, a densidade e a intensidade
Foram misturadas,
Foram constantes e, eu,
Em nenhum instante
Consigo separar
O que a vida faz questão de misturar
O que a vida fez questão de misturar

* Dedicada para uma pessoa que foi muito especial

Thursday, February 03, 2005

ENSAIO

Sou de Fases
Como todo mundo
ou,
Quase!

QUADRA

A descoberta do fogo
Fez milagres
Transformou primatas
em astronautas
E Deuses,
em Padres.

MUNDO NOVO

As novas tecnologias invadem nossas vidas
Trazendo informações infinitas
E mudanças radicais
As novidades são muitas
Na era dos sistemas digitais
Tudo muda, a todo instante
Agora somos gigantes
Mutantes culturais
Isto é novo, isto é mágico
Trágico
Somos os anões
Desta era
De futuras gerações

Quinta

Eu bem podia
Guardar rancor
Mas, se carrego poesia
Porque preferir a dor ?

Prefiro guardar amor

Tuesday, February 01, 2005

VOCÊ MESMO

Não pire
RESPIRE
Fundo
Abrace o mundo
Seja franco, forte, sincero;
PROFUNDO
Seja Eterno,
Seja motivo,
Nem muito, nem tanto
Mas sempre,
VIVO
Seja chama
Que acende, apaga
INFLAMA
Nem breve, nem farto
Seja febre e tato,
Seja tudo que importe
MENOS morte,
Perfume, sentimento,
Ciúme, Vento,
Seja o que for....
Desde que seja você mesmo

Desde que seja com AMOR.