Meus natais tinham uma árvore gigante
Com espelhos coloridos que refletiam os desejos nela pendurados
Certa vez, olhei para um destes espelhos e vi a face de uma criança loira com cabelos cacheados
Ali, seu rosto estava vermelho
Quando olhei para outro espelho, seu rosto estava dourado
Mais um espelho e vi a ceia, os presentes e o menino Jesus todo verde em um presépio iluminado
Vi a àrvore, a casa, as coisas e as pessoas num tom vermelho avibrantado
Depois, vi a àrvore, a casa, as coisas e as pessoas mudarem de lugar, de estação e de cor
De verde para rosa, de rosa para branco e de branco para um cinza prateado
Vi nos espelhos, lá atrás dos óculos, o cabelo loiro cacheado da criança que se admirava com o reflexo das coisas que não entendia
As coisas que hoje são o seu reflexo.
1 comment:
Gostei muito dos seus poemas.Belos em sua simplicidade e candura. Voltarei sempre para me embalar nas suas palavras. bj
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